Is this the real life? .-.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um enredo turbulento

Por @ Ligiane em sexta-feira, novembro 20, 2009 0 comentários alheios
Ler três livros ao mesmo tempo eu não recomendo, mas esse é o meu maior vício. E por isso, trago à vocês mais uma dica de leitura; só que dessa vez, um livro que carrega uma essência um tanto ousada.

Cecily von Ziegesar trouxe ao mundo a sequencia de livros "Gossip Girl", na qual seus 12 volumes deram origem a série mais cultuada entre os adolescentes americanos. É a trajetória de jovens ricos contada em algumas páginas na voz de uma narradora anônima que prefere não se identificar, porque publica em seu blog os mais sigilosos relatos sobre seus amigos da alta-sociedade.

Pode até parecer mais uma daquelas histórias "enlatadas" que tanto fazem sucesso no continente americano, ou mais um "tsunami" de "modinha" entre os adolescentes; enfim, aspectos que o enredo turbulento faz uma contradição a quaisquer expectativas negativas, com um desfecho nem um pouco convencional.

O que mais me admira na autora, é a autonomia com que ela se usou das palavras. Para os mais recatados pode até se tornar assustador, mas, como primeira impressão, tal reação é de se esperar. Uma história contada de forma totalmete desinibida, a caráter de seu público alvo.

Jovens ricos que se livram de qualquer regra de etiqueta quando estão longe de seus pais egocêntricos. A rotina dentro de um colégio onde nem os uniformes descartam a elegância de suas alunas. Uma vida constituída de muito glamour, dinheiro, sexo, drogas, bebidas, amizades, traições. É a realidade escondida de uma classe social que até então é alvo dos holofotes. Uma atmosfera construída por fofocas alheias, algo que não deixa de retratar a realidade.

Um exemplo disso, em relação ao primeiro volume da série, é a chegada de Serena, a garota mais invejada e desejada entre os demais. A mesma foi a maior vítima dos comentários maldosos feitos pelas outras meninas da escola, devido a sua volta repentina de um colégio interno. Isso representa o que é comum no cotidiano de adolescentes: uma garota, quando sente seu território ameaçado por outra garota, logo trata de defender seu espaço, nem que para isso tenha que partir para a ofensa.

Amizade é algo que se abala facilmente durante toda a trama do primeiro volume, pois Blair, até então melhor amiga de Serena, descobre que a mesma já se envolveu com seu namorado Nate, no qual ainda guarda uma atração por Serena. Blair, fragilizada pela separação dos pais, se vê distanciada da amiga.

A vida turbulenta desses jovens problemáticos, é exposta de uma forma ímpar; Cecily von Ziegesar é mestra no quesito conflitos internos.

Estou no primeiro volume, intitulado por Gossip Girl (As Delícias da Fofoca) e pretendo partir para os próximos. Logo ali no lado esquerdo, mais precisamente na sidebar, colocarei os livros que estou lendo e os que terminei de ler; e sempre que a leitura valer a pena, estarei a colocando como dica, ok?

Bom, na verdade a leitura é sempre algo que se merece investir. Uma amiga me perguntou qual a melhor coisa a se fazer para se esquecer uma pessoa; aí eu disse: pegue um livro e leia, não existe nada melhor.

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sábado, 14 de novembro de 2009

701

Por @ Ligiane em sábado, novembro 14, 2009 1 comentários alheios
Naquele dia vi meus planos de férias de verão irem por água abaixo junto com o show do The Furious.

The Furious era a banda do momento, não havia nenhum indivíduo da escola que não soubesse pelo menos uma música dos caras. Eu tinha os treze cds deles e mais alguns pôsters que eu ganhei no ano passado de brinde, por ser o primeiro a chegar para comprar os ingressos do primeiro show que eles fizeram aqui na minha cidade. Colei-os todos nas paredes do meu quarto, até que um dia minha mãe ameaçou de jogá-los fora, depois que minha avó foi parar no hospital ao ver o pôster mais style que eu preguei atrás da porta. Bom, eu avisei que não era bom ela entrar lá...

Mas nada poderia resolver meus problemas, ou eu escrevia uma redação para recuperar minha nota, ou ficava de recuperação as férias inteiras, inclusive na sexta-feira que eu não poderia perder. Passei dois dias tentando descobrir qual a diferença entre narração e poesia, até entender o porquê que a professora não me deixara fazer a segunda opção; iria ser bem mais fácil, eu até poderia pegar algumas rimas das melhores músicas do The Furious, tipo aquela que tem um refrão incrível rimando morte com sorte. Achei que a professoria iria gostar.

Depois de descobrir o que seria uma narração, vi que, se a humanidade dependesse da minha criatividade, nós seríamos seres em extinção. Busquei ideias em tudo quanto é coisa, até consultei o site oficial do The Furious, algo que me ajudara bastante, pois peguei, digamos emprestado, o nome dos integrantes da banda para batizar meus personagens.

Mas como eu iria começar a escrever? Bom, 'Era uma vez' seria um bom início de texto; afinal, até 'A Branca de Neve' fez sucesso começando assim. Terminei o primeiro parágrafo de uma linha. Eu deveria entrar para o Livro dos Recordes, geralmente sou obrigado a ler textos em que o parágrafo é quase metade da folha.

Senti minhas ideias travarem a partir da terceira palavra do terceiro parágro, tudo culpa da visinha insolente do andar de cima. Morar em apartamento era uma boa, mas quando se tratava de redação, tudo se tornava um grande problema. Tá certo que eu mantinha guardado dentro de mim meu preconceito contra o pop, afinal de contas toda garota gostava desse gênero podre e eu não poderia me afastar delas por esse motivo. Mas a visinha do 701 passou de todos os limites, derrubando a miniatura de Woodstock de cima do meu guarda-roupa com aquele som horrível ligado no último. Até aí eu não estava decidido a me levantar e ir bater na porta dela, até que ela resolvera mostrar seus dotes de cantora, que por sinal não existiam. Sim, eram minhas férias e meu show de sexta-feira que estavam em jogo.

Fui até meu amontoado de cds e peguei aquela versão ao vivo, em que o The Furious quebra a guitarra no meio do palco. Aumentei no último. Como era bom ter alguns momentos a sós, em casa. Não durou nem três minutos, ela deu-se por vencida e desligou o rádio. Voltei aos meus afazeres.

Naquele momento eu já havia perdido pra sempre o fio da meada e quando eu novamente estava o encontrando, me imaginei destruindo todos os sapatos de salto do mundo. Era incrível como a visinha não sabia o que era ética (tá, eu também não sabia direito o que era, mas sabia que meu pai sempre usava essa palavra naqueles seus monólogos), dessa vez ela devia ter montado uma passarela em pleno quarto, aqueles tocs tocs de passos em salto invadira minha mente para expulsar de vez qualquer vestígio de raciocínio; mas não fui nem um pouco longânimo: frequentei apenas três aulas de baixo, nunca tive paciência com partituras, então, resolvi mostrar a ela meus dotes na música. O barulho ensurdecedor dos acordes resolveu meus problemas. Finalmente terminara minha redação e a ansiedade era a entrega.

Jamais poderia imaginar que professores também possuiam um lado Rock In Roll, nota máxima na redação fora uma consequência disso.

A sexta-feira seria um dos dias mais especiais da minha vida, então resolvi descançar para aguentar o show que me esperava logo mais a noite. Programei o relógio para despertar às seis, tempo de me arrumar e ligar para os amigos, antes de reservar o melhor lugar, de preferência o mais perto possível do The Furious. Eu estava tão ansioso, que nem a visinha do 701 poderia estragar meu dia, até que a mesma acionou aquele som intragável novamente e, dessa vez, não escutei meus roncos, nem o barulho do despertador.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição"

Por @ Ligiane em quarta-feira, novembro 04, 2009 3 comentários alheios
É tão triste ver as pessoas se limitando na literatura.

Aí você está conversando com aquela pessoa e pergunta: "Você gosta de ler?". Então ela lhe responde: "Claro! Adoro ler! Já li aquele do vampiro sabe... ai como é o nome mesmo? Se sabe... aquele que vai estreiar no cinema...". "Crepúsculo". "Isso, esse mesmo... ai, é lindo não é?".

Creio que você já deve ter se identificado com uma situação dessas, a pessoa se acha incrivelmente cult por ter lido apenas a saga de Stephenie Meyer. Nada contra a obra, mas, como dito inicialmente, as pessoas estão tendendo a se limitar na literatura, efeito causado pelas modas atuais que ultimamente integram-se até no mundo literário. É claro, que existem livros, best-sellers, que serviram como incentivo ou alavanca principal para a leitura de novas histórias; como é o caso da saga Harry Potter escrita pela britânica J.K. Rowling, onde milhões de crianças se viram encantadas em mais de 300 páginas. Fato que poucas obras conseguiram alcançar, pois dificilmente crianças se interessam por livros longos e sem ilustrações. Sim, porque no Brasil, por exemplo, onde Harry Potter têm uma grande leva de fãs infantis por todo o país, o livro não possui desenhos e o único colorido estampado em toda a obra, é apenas a capa. Mesmo assim, não deixa de estar entre o preferido das crianças e na cabeceira de muitos adultos.

Esses mesmos leitores da criação de Rowling, acabam buscando em outros livros do mesmo gênero de Harry Potter, uma aventura que se assemelhe ao do bruxinho, partindo para obras como O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia, A Bússola de Ouro ou até mesmo as de Stephen King; e sem perceberem, estão partindo para novos horizontes, não se limitando a uma única obra.

Tomando essa linha de pensamento, trago a você, leitor, uma dica muito especial: O Menino do Pijama Listrado, uma obra escrita pelo romancista irlandês John Boyne, onde retrata o nazismo de uma forma leve e diferente, de acordo com a inocência e inteligência de Bruno, filho de um comandante nazista. Bruno é alemão, vindo de Berlim para morar num lugar mais afastado, mais precisamente perto de um campo de concentração, onde faz um amigo judeu, Shmuel. Os dois, em realidades extremamentes diferentes, constroem uma amizade dividida por uma cerca.

Estou rumando às últimas páginas do livro e estou encantada desde seus primeiros capítulos. É uma obra que prende, que conquista, com suas palavras simples, seu toque especial. É aprender um pouco de história sem precisar se submeter ao método clichê dos livros didáticos.

"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição" - The Irish Independent.

O filme baseado na obra, dá vida a história - LINK DO TRAILER-. Mas lembre-se, nunca espere muito de uma adaptação.

Pra quem gosta, aí segue a dica.