Is this the real life? .-.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pra quê título?

Por @ Ligiane em quinta-feira, junho 10, 2010 2 comentários alheios
Aqui é o único lugar em que minha ausência pode ser notada, ou que as pessoas conseguem notar; isso pela falta de atualização.

Não é pela falta de tempo, algo que eu tenho de sobra e administro muito bem, modéstia parte, e muito menos pelo desânimo. O único problema é o bloqueio de criatividade, cá entre nós, você me entende né?

Mimimis a parte, meu último post foi publicado no dia 29 de maio; ou seja, de hoje até essa data somam-se duas semanas. Sim, cara pessoa que está lendo isso, é muita coisa. É tempo suficiente pra criar teias de aranha e perder leitores, se é que eu tenho algum.

Um olá para o novo seguidor do Blog, sim o de número 13 ali. Bom, se ele seguiu é porque meus escritos ainda têm salvação. Obrigada por seguir. Sim, agora vou agradecer a cada seguidor novo que aparecer por aqui. OLHA, É UM MOTIVO PARA VOCÊ QUE AINDA NÃO SEGUIU SEGUIR E FICAR FAMOSO (A).

Sabe, eu ia deixar essa postagem no rascunho, pra postar algo legal, útil, sei lá; mas resolvi publicá-la. E esse post termina assim, totalmente desinteressante.

sábado, 29 de maio de 2010

Complexidade

Por @ Ligiane em sábado, maio 29, 2010 0 comentários alheios

Eu gosto de chuva, de frio, de solidão. Eu gosto do silêncio, porque ele me ouve sem interrupção.

Eu prefiro o calor dos meus lençois, a companhia de um livro e a quietude da noite. Eu prefiro reprimir meus sentimentos, cultivar essa rotina, esse tédio, essa mesmice, palavras, aquelas minhas teorias, aqueles meus sonhos.

Essa falta de perspectiva.

Sou feita de dúvidas e incertezas.

Necessito mais de mim, dessa minha incoerência.

Não quero que me entendam.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

- What do you want to do tonight?

Por @ Ligiane em quarta-feira, maio 26, 2010 0 comentários alheios

- The same thing we do every night, Pinky. Try to take over the world!

Quem já assisitu a Pink e Cérebro conhece essa frase. E nada como lembrar o dia 25 de maio, o dia mais Nerd dos Nerds, com essa frase clássica.

Ah, e não podemos esquecer, é claro, que ontem se completaram 33 anos da estreia do primeiro filme da saga Star Wars e menos ainda do tão importante Dia da Toalha (Towel Day), tributo ao escritor Douglas Adams, criador de O Guia do Mochileiro das Galáxias. Então se você não teve a oportunidade de sair com sua toalhinha, espere o próximo 25 de maio.

Agora se você é um Mochileiro e sabe todas as utilidades de uma toalha, JOIN US.

"A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla..."

"...pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo..." By Douglas Adams

E feliz dia do Orgulho Nerd atrasado!! Comemorem com esse vídeo, em homenagem a Star Wars e a todos os Nerds fãs da saga. "Luke, eu sou seu pai - Os Seminovos" DARTH VADER RULES.


domingo, 23 de maio de 2010

O meu pior inimigo sou eu mesma.

Por @ Ligiane em domingo, maio 23, 2010 0 comentários alheios

Esses dias eu estava lendo mais uma das postagens do Gabriel Leite, em seu blog Frenesi e tive um super choque de identificação.

Sim, eu me identifico muito com tudo o que ele escreve, por isso as minhas visitas ao blog dele são mais frequentes do que as minhas ao meu próprio blog, pois é.

Como Começa, foi o texto que mais me colocou a refletir, cada palavra, cada ideia nele contido, foi uma espécie de segredo revelado; incrível como tudo o que eu penso foi exposto através das palavras certas, da maneira que talvez eu não saberia explicar.

Se você não ler o texto, não vai entender o que quero dizer. E se ler, certamente irá pensar que escrever um livro é um querer mais que absurdo de minha parte (Veja, já estou tentando adivinhar seu pensamento, o que na verdade é apenas uma negativa perspectiva de mim mesma; ou seja, é o que na real eu penso).

Pode parecer utopia, ou drama queen, mas ultimamente está sendo muito difícil algo bom sair do projeto. Só quem já tentou sabe como é difícil construir um parágrafo de um livro. Já tive todo o enredo em mente, mas na hora de colocá-lo no papel (ou melhor, construí-lo no word), há um certo bloqueio, ou receio.

Receio do que as pessoas irão pensar, da crítica alheia. Porque eu mesma já critiquei muitos livros ruins, mas nunca experimentei levar correções e ajustes de pessoas que leram algo que criei. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Pois então, ainda não tenho a coragem de expor uma história minha; e não estou falando desses supostos contos que escrevo. Digo algo maior e mais concreto, que pode levar anos de trabalho e muita, mas muita criatividade.

Tenho uma pasta com vários contos, e ninguém pode chegar perto. Eu publico aqui só os que eu tenho certeza do que estou fazendo, mesmo estando um lixo; pois quem está na chuva é pra se molhar.

"Não dá pra eu conduzir a descrição de um cenário enquanto a janela do msn pula aqui embaixo." Vê? É por isso que eu amo ler blogues alheios, esse pessoal consegue encontrar as palavras pra escrever tudo aquilo que eu também passo, que eu também vivo.

E além disso, não dá pra escrever se preocupando com o pensamento legal que eu poderia postar no Twitter, com os replies que eu recebi, atualizando aquela página de cinco em cinco minutos, ou produzir diálogos coerentes, de Headset, ouvindo Sum 41.

Tento me espelhar em J.K. Rowling, que, mesmo com a pressão dos fãs e sendo alvo pronto às críticas, publicou o último livro da série Harry Potter, magnífico e impecável. Mas para isso, preciso parar de subestimar minha capacidade, de enxergar somente o talento dos outros e de me sentir inferior diante das tantas coisas boas que o pessoal anônimo escreve por aí; só não sei se consigo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Chegou assim.

Por @ Ligiane em terça-feira, maio 04, 2010 1 comentários alheios

Sem permissão, de mansinho, sorrateiro, em silêncio. Sem ordem, sem escrúpulos, com discrição. Coincidência do destino.

Foi de repente, num exalo de distração, sem explicação. Foi invadindo, tomando conta.

E a saudade, inexplicável. A falta de algo que nunca tive. A ausência dói, danifica, machuca, destrói e constrói algo sem sentido. Falta o toque, a presença, o calor, a textura, o sentir, o beijar, o desejar, o abraçar.

Minhas mãos suam, meu peito arfa, meu coração se desespera, minha respiração acelera; como se você fosse o ar necessário.

Vem, eu te ajudo a fugir dessa solidão e em troca você preenche esse vazio que cresce dentro de mim. Vem e me ajuda a entender esse momento; sinta comigo isso que os poetas chamam de amor.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Noturno - 1º livro da Trilogia da Escuridão

Por @ Ligiane em segunda-feira, abril 26, 2010 2 comentários alheios

Nada de vampiros bonzinhos que brilham no sol e se alimentam de animais. Nada de garotinhas neuróticas se apaixonando pelo protagonista da história que revela-se uma "criatura monstruosa".

Esqueça toda a ideia sobre vampiro que você tenha. Desiluda-se com o rótulo meloso de conto de fadas que a moda vampiresca vem estampando por aí. Deixe pra lá qualquer descrição atual desses seres que vêm envergonhando o Conde Drácula.

Se você se livrou de todos esses pensamentos errôneos, e se pra você a palavra vampiro não é sinônimo de Edward Cullen, podemos ir ao que interessa.

Noturno, o primeiro livro da Trilogia da Escuridão, quebra todos os dilemas apresentados atualmente sobre a existência de vampiros. Nessa primeira saga escrita pelo diretor de cinema Guillermo Del Toro e pelo escritor Chuck Hogan, somos levados a realidade mais próxima, cientificamente falando, da presença de seres bebedores de sangue humano.

O livro assemelha-se a um roteiro cinematográfico, graças ao detalhamento das cenas, dos acontecimentos, enfim, do clímax em si. Para quem está disposto a curtir uma aventura sinistra e que é capaz de impressionar logo no início, Noturno é uma boa pedida.

A história começa há alguns anos, onde uma avó conta uma antiga lenda ao seu neto. Até aí, não dá pra saber o que está por vir ao longo da narração; o início não revela nem um pouco a continuidade. Quem lê, não faz ideia do que o aguarda ao longo das páginas.

Depois a história chega na atualidade principal, onde um boing pousa no aeroporto, mas nenhum passageiro desembarca. Tudo dentro dele parece silencioso e escuro. Equadrões de resgate e forças anti-terrorismo são alertadas para verificar o que acontecera com o pouso misterioso do avião que, até então, havia muitos passageiros.

Ephraim Goodweather, epidemiologista, chefe do departamento de ameaças biológicas, é responsável de verificar o avião. Ele e Nora Martinez, sua companheira de trabalho, embarcam com relutância e um temor estampado, quando se deparam com algo incrivelmente sinistro. E, tenho certeza que, quem ler, não descansará enquanto os dois não entrarem nesse avião.

A partir daí, a história desenrola-se com muitos personagens e se você é um leitor assíduo e observador, irá guardar o nome de todos eles e lembrá-los lá na frente, quando a história os retoma.

Os detalhes apresentados ao decorrer são a chave principal, onde descobrimos diversos mistérios através de autópsias incrivelmente assustadoras pelo seu tão grande detalhamento. Apesar de ser uma história fruto da criatividade de um diretor de cinema e de um escritor, tudo não deixa de ser pertubador.

Coisas macabras acontecem em Manhattan e tudo começou quando aquela senhora conta uma suposta lenda pra criança dormir assustada. Abraham Setrakian cresceu guardando os relatos contados por sua avó em sua infância e mesmo na velhice, ainda empenha-se numa missão perigosa que vem levando há anos. Junto de Eph e Nora, enfrenta as criaturas macabras, geneticamente modificadas que tomam conta da cidade e que prestes dominarão o mundo, em sua incessável sede por sangue humano.

E se você gosta de se impressionar durante a leitura, prepare-se para se deparar com um detalhamento completo, assustador e surreal da transformação e ataque desses vampiros.

E o livro deixa uma ponta para a continuação. O segundo volume da trilogia deve chegar ao Brasil ainda este ano.

P.S. : Há planos para que Noturno torne-se uma adaptação para
os cinemas, já que a história vem quase como um roteiro pronto para as telonas e nada como o próprio Guillermo Del Toro na direção.



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mais um ano.

Por @ Ligiane em quarta-feira, abril 21, 2010 2 comentários alheios

Eu não disse que dia 21 eu estaria de volta? Pois é. E para lembrar um dia muito especial: o aniversário do Blog.

Hoje o Memórias Invisíveis completa 1 ano de existência, com layout novo e tudo mais. Espero que gostem do novo visual.

Bom, hoje, 21 de abril de 2010, é feriado, o que entrega que eu fiz o blog em um momento que não tinha nada para fazer. Feriados tendem a ser dias tediosos e ao mesmo tempo despertam o nosso ócio criativo; e foi daí que o Memórias Invisíveis surgiu, com outro nome é claro, que agora não me vem a mente (é a idade, sabe). Ele ficou algum tempo abandonado, até que eu recebi um comentário na primeira postagem feita; comentário no qual já estava há alguns meses esperando que eu o lesse, mas como o desânimo era bem grande, eu acabei o vendo um pouco tarde.

Esse comentário me deu um UP e resolvi levar o blog a frente, porque eu descobri que alguém acompanhava o que eu escrevia, ou o que até então eu fosse escrever. E mesmo debaixo de tanta crise existêncial (o que é normal num blog nem tão visitado), estamos aqui... 1 ano. E que venham os próximos!

P.S.: Aquele espacinho escrito Submit lá no topo do blog, foi uma tentativa frustrada na criação de uma caixa de pesquisa, portanto, esqueçam-o ;D

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sintonia

Por @ Ligiane em quarta-feira, março 31, 2010 0 comentários alheios

A onda quebra suas águas frias contra a areia morna e molha meus pés nus numa sintonia entre humano e natureza. De sandálias nas mãos, cabelos ao vento e braços abertos, deixo que a brisa fria traga o estupor do cheiro de liberdade que transpassa por entre meus dedos.

Sinto o enaltecimento do momento em que trago de mim o que eu talvez desejo ser. Escuto o vento conversando com as folhas das árvores e despertando a força da rebentação das ondas. A visão de um céu azul e o farfalhar do cascalho rolando pela areia.

O cantar das gaivotas são como silvos de um infortúnio pensamento, que sibilam dentro de mim num tom agudo que me faz tapar os ouvidos como num gesto desesperado de não ouvir a mim mesma. No fundo queria ser como aquelas aves que sobrevoam a enseada; seria capaz de trocar qualquer regalia por um par de asas; talvez o vôo me levasse sem destino por um céu infinito onde não importa o que digo, o que penso, o que falo.

Deito-me na areia quente, sob um sol que não me permite olhá-lo diretamente. Seus raios penetrantes saltam sob meus olhos deixando-me como aquele que recobra a visão e enxerga pela primeira vez com um esforço desdobrado de quem desacostumara-se a claridade.

Fecho os olhos e imagino-me esticando os braços tão longe, que posso pegar um tufo de nuvem que como fumacinhas ondulantes, escapam por entre meus dedos. É mágico, surreal.

Mais além, de ouvidos aguçados, ouço o sibilar dos passarinhos banhando-se sobre as pedras, onde podem se aproveitar das gotículas geladas que se chocam sobre as rochas e divertem-se escorregadias sobre suas penas.

É como se um cantarolar suave de uma voz sublime vindo do mar me arrastasse numa sintonia desvairada entre real e imaginação.

O sol já se põe no horizonte, o céu mostra-se num crepúsculo alaranjado, como que pintado cuidadosamente. Os raios cansados perdem força e se esvaem lentamente atrás da retidão do mar calmo, refletindo no oceano e construindo um breve caminho avermelhado sobre as águas; um tapete de ondulações que se movem à brisa lenta.

Uma chuva fina e gelada me carrega num frio abstrato, que me faz encolher e partir de braços cruzados. Junto com as gotículas que caem do céu, vem ela, a noite; como num balanço de partida, companheira, que desperta medos e imaginações. Uma noite sem estrelas, sem lua, nublada, chuvosa. Que veio para resfriar o calor do dia, a sintonia que se estendeu sobre mim.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Anel para a todos governar

Por @ Ligiane em segunda-feira, março 22, 2010 3 comentários alheios
Pegue um quantidade generosa de aventura, com um toque sutil de humor, misture a uma dose de mitologia nórdica e transforme tudo isso em 453 páginas de um mundo singular, complexo, que é capaz de criar existência na mais profunda imaginação de quem lê. Essa é a receita do sucesso épico do universo da trilogia de O Senhor dos Anéis, criado pelo escritor britânico J.R.R. Tolkien.

O contexto é complexo, Tolkien se usa de uma descrição maçante, transmitindo cada detalhe do cenário apresentado. Percebe-se o apego do autor pela natureza ao descrever os lugares, as habitações, o clima, o espaço.

... brilhavam como uma névoa sobre a rica tonalidade da grama. Acima de tudo o céu estava azul, e o sol da tarde batia na colina e lançava sombras compridas e verdes embaixo das árvores.

(...)

Naquela região, no inverno, ninguém podia sentir saudade do verão ou da primavera. Não se podia ver qualquer defeito ou doença ou deformidade em cada uma das coisas que cresciam sobre a terra.

Vale a pena cada página virada. A genialidade e criatividade de Tolkien o levara a criar seu próprio mundo, com personagens singulares divididos em genealogias distintas entre si, com características peculiares. Somos apresentados aos elfos e aos hobbits, dois povos diferentes, o primeiro habita nas florestas de Lórien, o segundo, nas moradias do Condado.

Em sua tão grande genialidade, Tolkien criou a linguagem élfica, em A Sociedade do Anel, Galadriel utiliza-a em seu canto:

Ai! laurie lantar lassi surinen,
yeni unotime ve ramar aldaron!
Yeni ve linte yuldar avanier
mi oromardi lisse-miruvoreva
Andune pella, Vardo tellumar
nu luini yassen tintillar i eleni
omaryo airetari-lirinen.

Si man i yulma nin enquantuva?

An si Tintalle Varda Oiolosseo
ve fanyar maryat Elentari ortane,
ar ilye tier undulave lumbule;
ar sindanoriello caita mornie
i falmalinnar imbe met ar hisie
untupa Calaciryo miri oiale.
Si vanwa na, Romello vanwa, Valimar!

Namarie! Nai hiruvalye Valimar.
Nai elye hiruva. Namarie!

Em A Sociedade do Anel, primeiro volume da trilogia, conhecemos o personagem principal Frodo, em sua longa jornada para destruição do Um Anel que daria poder ao Senhor do Escuro, Sauron, que por sua ganância por poder, tornou-se o pior inimigo dos elfos, homens e hobbits.

A Trilogia, veio como continuação de O Hobbit, primeiro livro escrito por Tolkien trazendo a vida dos hobbitis do Condado. Mas não necessariamente deve-se lê-lo antes da trilogia. Eu, particularmente, durante a leitura de A Socidade do Anel deixei alguns detalhes passarem desapercebidos, mas nada que tenha de recorrer ao O Hobbit primeiramente.

A característica e sentimentos dos personagens são bem construídos. Uma coisa que descobri e que jamais imaginava: hobbitis são medrosos. Frodo é um personagem sem iniciativa no início. São raras suas atitudes de heroi:

—Levarei o Anel - disse ele - Embora não conheça o caminho.

A grande dificulade durante a leitura e do próprio entendimento, são os diversos lugares e personagens citados:

— Ele é Aragorn, filho de Arathorn — disse Elrond —, e descende, através de muitas gerações, de Isildur, filho de Elendil, de Minas lthil. É o chefe dos dúnedain no Norte; poucos restam agora desse povo.

Agora se você quiser entender toda a genealogia do mundo de Tolkien, leia Silmarillion, uma espécie de apêndice criado pelo autor. O livro na verdade é mais direcionado aos aficcionados por J.R.R. Tolkien, pois a leitura é maçante, com raros diálogos e com uma infinidade de nomes e lugares estranhos. Conselho: leia a trilogia primeiro, prepare-se pelo que está por vir, acumule dúvidas e depois parta para esse livro. Algo interessante incluído em Silmarillion, é a história de Sauron.

Outro ponto que torna a leitura mais cansativa, são as músicas cantadas pela Comitiva do Anel, durante toda a jornada descrita no livro. Eles cantam para comer, para dormir, para andar, para descansar, quando descobrem novos lugares, na alegria, na tristeza e por aí vai. É legal? É se você sabe cantar as canções, agora lê-las sem as conhecer requer um pouco mais de paciência.

Frio haja nas mãos, no coração e na espinha,
e frio seja o sono sobre a pedra daninha:
que nunca despertem de seu pétreo leito,
nunca, até a Lua morta, até o Sol desfeito.
Ao soprar o negro dos ventos os astros vão morrer,
e eles sobre o ouro ainda irão jazer,
até que o lorde escuro sua mão soerga
sobre o mar morto e sobre a terra negra.


A Sociedade do Anel também guarda momentos de muita tensão com as criaturas tumulares, os pântanos mortos; ainda com toda a milimétrica descrição feita pelo autor. Haja fôlego.

— Não! — disse Frodo; mas não fugiu. Os joelhos enfraqueceram, e ele caiu no chão. Nada aconteceu, e não houve nenhum ruído. Tremendo, Frodo olhou para cima, em tempo de ver uma figura alta e escura, como uma sombra contra as estrelas, se inclinando sobre ele. Pensou ter visto dois olhos, muito frios, embora iluminados por uma luz pálida, que parecia vir de alguma distância remota. Então alguma coisa o prendeu, mais forte e mais fria que ferro. O toque frio congelou seus ossos, e ele perdeu os sentidos.

O primeiro livro da trilogia foi publicado em 1954, e uma adaptação para o cinema foi lançada em 2001, pelo diretor Peter Jackson, que dirigiu os dois filmes seguintes: As Duas Torres e O Retorno do Rei. Ganhador de vários Oscars, O Senhor dos Anéis se tornou um dos melhores filmes da história contando a adaptação, dificílima de se fazer e que na qual muitos fãs subestimaram.

Se você tiver a oportunidade de ler a trilogia, sinta-se um privilegiado. Um épico pra vida toda.

Três Anéis para os Reis-Élficos sob este céu,
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.
Um Anel para a todos governar,
Um Anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Amor suicida

Por @ Ligiane em sábado, fevereiro 20, 2010 1 comentários alheios
Todo o tempo em que eu estivera em Paris, ficara contando os dias para voltar a Londres.

Sentia saudade da magnitude de meu país, do frio, do chá diante da lareira que crepitava jogando torrões de carvão por toda a sala. Estava imaginando minha estadia acalorada de regresso, sentado em um assento desconfortável de trem. Observava as imagens que corriam através da janela, conforme o movimento ágil da locomotiva. Fechei os olhos e adormeci.

Era cheiro de erva doce, um perfume suave. Fiquei tão extasiado com o aroma, que continuei de olhos fechados para que o perfume que invadia minhas narinas ressaltasse ainda mais sua doce essência. Fiquei ali, exalando aquele perfume estonteante, como um perfumista que testa sua mais nova criação.

Abri os olhos e como um rastro perfumado, a essência de ervas levou meu olhar a uma donzela que conversava com uma senhora. Ela tinha cabelos rubros presos em uma trança envolvida em fios dourados e trajava um vestido longo, de um vermelho escuro que contrastava com seus cabelos. As mangas longas eram de rendas pretas e um espartilho prendia o vestido a sua cintura. Foi tudo o que pude ver; pois a donzela misteriosa, dona daquele perfume, estava de costas.

Em torcidas frustradas para que ela se virasse e eu pudesse contemplar seus olhos,a tal senhora a arrastou pelo braço, vagão a fora. Ah, como eu queria vê-la! Perguntar seu nome, conversar com ela, saber o que estava acontecendo.

Segui viagem atormentado em saber que a dona do perfume mais estonteante e dos cabelos mais lindos que já vira, estava a alguns vagões a minha frente.

O solavanco da locomotiva avisou aos passageiros que já haviam chegado à estação de desembarque. Apanhei minhas malas, pousei meu chapéu sobre a cabeça e saí cortando a multidão que desembarcava, na esperança de encontrar a Donzela Misteriosa. Sim, foi assim que decidi que a chamaria enquanto não soubesse seu nome.

Desci na estação, e através de tantas pessoas que se abraçavam num afago de boas-vindas, um brilho vermelho se destacou adiante. Os raios de sol refletiram nos cabelos da Donzela Misteriosa que caminhava em direção a um carro, acompanhada pela senhora e por um homem de aparência muito distinta.

Corri numa tentativa de aproximação, mas a Donzela Misteriosa partiu naquele carro. De repente algo brilhou na beira da calçada. Curvei-me e apanhei o que era um lenço branco com uma pequena rosa incrustada de pedrinhas vermelhas. Era dela, eu tinha certeza. Tinha o cheiro dela, o destino não fora tão cruel, ao menos me deixara uma lembrança. Guardei o lenço na lapela e segui andando.

Minha casa estava do mesmo jeito de como quando parti há três anos. O cheiro de ambiente fechado matava a minha saudade daquele lugar. Joguei as malas pela sala e abri as janelas para deixar o sol dar as boas vindas.

Atirei-me no sofá, arranquei os sapatos e fiquei a contemplar aquele lenço, carregado do aroma da Donzela Misteriosa. Como era bom voltar a Londres!

No dia seguinte, o jornaleiro deixou o jornal do dia na soleira da porta. Fui pegá-lo segurando uma xícara de café e, com um baque surdo, deixei a xícara cair ao chão espalhando café e cacos de porcelana por toda a sala.

O quê deixara-me tão extasiado, a ponto de ficar quase um minuto sem dizer uma palavra, de olhos fixos na primeira página daquele jornal? Nada mais que uma manchete que ganhara primeira página dizendo em letras garrafais:

 As Nobrezas Se Unem

 E logo abaixo uma foto de um rapaz distinto ao lado de uma donzela. Ele tinha certeza, era ela, a Donzela Misteriosa, com o mesmo sujeito que a acompanhara de carro, na estação. Mesmo a fotografia sendo em preto e branco, ele jamais poderia confundir aqueles cabelos trançados em fios.

Não trazia o nome dela, apenas a tratava como filha de um dos mais ricos da alta-sociedade londrina.

Ela iria se casar, amanhã, ao final da tarde. Como numa evasão de esperança, meus sonhos com a Donzela Misteriosa morreram. Caí sentado sobre o sofá, ainda contemplando a fotografia. Agora eu podia vê-la, seus olhos eram doces, mas uma sombra de tristeza parecia despontar de seu olhar piedoso. Amassei o jornal e joguei-o sobre uma pilha de livros que permanecia a um canto da sala.

O dia pareceu correr, anoiteceu, amanheceu. Chegara o dia em que meu pior pesadelo iria se tornar realidade. O lenço ainda tinha um lugar especial em minha lapela, refletindo suas pedrinhas vermelhas que davam forma a uma pequena rosa.

A tarde foi caindo num crepúsculo que tornou o céu num rubro amarelado. Fiquei inquieto, mas ao mesmo tempo conformado com o casamento da Donzela Misteriosa; afinal, eu nem a conhecia. Como pude me apaixonar por uma pessoa que nem ao menos sabia de minha existência, que até  pouco tempo atrás eu só conhecia pelos longos cabelos vermelhos, trançados em fios dourados?

Quem eu queria enganar? A mim mesmo? Apanhei o chapéu e segui para o grande salão onde aconteceria o casamento. O som de uma orquestra já se mostrava do outro lado da rua. Eu estava disposto a esquecê-la, mas antes queria vê-la pela última vez, queria ver a cor de seus olhos.

Atravessei a ruela de acesso aos fundos do grande salão. Havia uma janela de vista estratégica para a festa, mas era demasiada alta para mim. Então, lembrei-me de que logo mais a frente havia um caixote velho pousado sobre uma árvore; fui correndo pegá-lo, quando na volta, deparei-me com uma senhora puxando o braço de uma senhorita aos prantos. Era ela, eu tinha certeza. Escondi-me atrás de um carro estacionado bem perto da Donzela Misteriosa e ouvi a conversa.

Ela não queria se casar estava decidida a fugir daquele casamento, mas a senhora que a pressionava, dizia algo sobre honrar a família e então adentraram ao salão.

Então era isso o tempo todo, por isso ela estampava um olhar tão triste naquela foto de jornal. Não, o destino não poderia ser tão injusto.

Ajeitei o caixote logo abaixo da janela e subi sobre ele, agora podia ver tudo, inclusive a Donzela Misteriosa de olhos verdes. Essa era a cor de seu olhar. Eu queria poder fazer algo, gritar, invadir o salão e carregá-la para fora dali, pedir para que ela fugisse comigo, mas de nada adiantaria, o que é um pobre contra uma nobreza?

Ah, como eu queria que ela soubesse que eu conhecia seus sentimentos, sua dor, seu ódio, o desespero que afugentava sua alma. Sentia-me mal comigo mesmo por não poder ajudá-la.

De repente uma movimentação começara dentro do grande salão, a Donzela Misteriosa saíra porta a fora, correndo, segurando a barra de seu vestido. Logo atrás dela, a senhora, que a obrigara a se casar, se martirizava em gritos. Tamanha minha surpresa, saí correndo atrás dela, pelas ruelas londrinas.

Depois de cinco quadras correndo atrás da Donzela Misteriosa, perdi-a de vista. Fiquei alarmado, irrequieto procurando-a pelas esquinas e vielas. Mas uma corrente de ar frio me trouxe um perfume doce, que cheirava a ervas. Fui seguindo aquele doce aroma, até chegar a uma estrada de terra, arborizada.

Trilhei o caminho, sendo conduzido por aquele aroma, quando vi aqueles cabelos rubros esvoaçando, soltos da trança, e lá estava ela, a Donzela Misteriosa, se jogando de um penhasco, de braços abertos, sendo tragada pela escuridão como uma marionete. 

Não consegui gritar, fiquei ali, parado, vendo-a desaparecer nas trevas; era como se meu mundo tivesse estacionado, como se todo meu ar tivesse sido extraviado. Logo na extremidade do penhasco, havia uma rosa, assim como aquela do lenço, incrustada por pedrinhas vermelhas.

Ajoelhei-me na beira daquele local que se tornou cenário de meus pesadelos, arranquei o lenço de minha lapela e joguei-o para junto da escuridão do penhasco.

Perdi meu ar, perdi meu chão e a Donzela Misteriosa, que nem ao menos pude saber o nome.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Percy Jackson e "As Três Pérolas"

Por @ Ligiane em terça-feira, fevereiro 16, 2010 0 comentários alheios
Não, você não leu errado. Não, é esse filme mesmo que você está pensando. Columbus CONSEGUIU que as três pérolas roubassem a cena do raio mestre.

SPOILER - SPOILER - SPOILER - SPOILER - SPOILER - SPOILER- SPOILER

A Fox não tem uma fama muito boa em matéria de adaptações; na lista temos X-Men, O Quarteto Fantástico, Elektra, Demolidor e por aí vai, difícil saber qual o pior, mas penso que Demolidor ganha. Então, quando se recebe a notícia que aquele seu livro preferido vai virar filme, pode tremer na base.

Na busca em trazer um sucessor a Harry Potter, já que a franquia está no fim, a indústria cinematográfica apostou todas suas fichas na história do garoto que descobre ser filho de um deus grego, mas, como diz o ditado, quem se apressa come cru. Há, e foi isso que aconteceu com a história de Rick Riordan: Percy Jackson e O Ladrão de Raios.

'THIS IS A PEN'

Ok, aí você pode pensar assim: mas a mídia é diferente, o filme vem pra reproduzir o livro da forma mais ágil possível, não tem como colocar 300 páginas em duas horas de filme. Sim, eu entendo, mas coisas simples como atores um pouco mais jovens, - aquele Grover parece estar beirando uns 27 anos - uma Annabeth loira, uma caneta de destampar e não de clique. Acho que isso não custa tão caro.

'MY FATHER IS POSEIDON!'

Para descobrir que o Percy é filho de Poseidon, eu tive que ler oito, OITO capítulos de mais ou menos umas dez páginas cada. Já no filme, Percy descobre logo de cara quem é seu pai misterioso, perdeu a magia. Em uma cena desnecessária em que Percy está conversando com Quíron, o mesmo menciona a ele sobre Poseidon, pra depois vir o campeonato das bandeiras e ele armar uma lutinha tosca de espadas com a Annabeth BITCH, uma típica cena de te odeio mas te amo e captura O POMO DE OURO a bandeira.

- Meu pai? - perguntei completamente perplexo.
- Poseidon - disse Quíron - Senhor dos terremotos. Portador das tempestades. Pai dos cavalos. Salve Perceu Jackson, filho do deus do Mar.

Diálogo de arrepiar, acabaram com isso no filme. (fail)

'PERCY JACKSON, WE NEED TO TALK!'

Se a Fúria não iria mais aparecer ao longo do filme, me diz: por que ela não foi destruída e transformada em pó, como no livro? A criatura fugiu esganiçada pela janela. Ponto negativo para Chris Columbus.

'PO-PO-PO POKER FACE PO-PO POKER FACE!'

E até no cinema a Lady Gaga saiu na frente da Ke$ha. Enquanto Poker Face ganhou umas três tomadas tocando bem alto, Tik-Tok ganhou um espacinho bem pequeno, já estava no refrão inclusive, na cena em que um grupinho dançava num canto, coisa de uns 20 segundos. Bem top essa trilha sonora, não é? (em tom de ironia). Tiveram que se render a Lady Gaga, para trazer sucesso ao filme, aproveitando a decolagem da fama da cantora.


Hades, ou melhor, Mick Jagger, não, Zé Ramalho, ACHO QUE ESTAVA MAIS PARA RAUL SEIXAS ou como queira dizer a dublagem brasileira, foi uma decepção. Ser derrotado por uma... deixa pra lá. Aí, Perséfone dá de mão beijada o SABRE DE LUZ raio mestre para o Percy e se aproveita de Grover.

Desculpem-me quem discorda, mas eu ri da Uma Thurman, como Medusa, correndo atrás dos protagonistas, porque, pôxa, ela é UMA THURMAN. KILL BILL

Voltando um pouco a história, no filme Percy é autodidata em espadas e com seus próprios poderes, SÓ PODE SER. Incrível como ele aprende rápido a manusear o escudo, Contracorrente e a própria água. Um furo imenso de personagens, o que comprova que foi mal trabalhado. Columbus fez melhor em Harry Potter.

Um grande erro, Percy JAMAIS poderia usar os ALL STARS tênis voadores que Luke o deu, pois Zeus é o deus do ar e isso poderia o causar problemas. Bom, no filme isso não foi problema nenhum, já que Percy os utilizou perfeitamente. JÁ QUE NÃO TEM VASSOURA, VAI DE TÊNIS.

Ares foi substituído por Luke e não deram muita ênfase a Hades, porque o verdadeiro vilão da história é Cronos. E isso ficou mal explicado para quem não leu o livro. Os personagens foram mal lapidados e o contexto mal trabalhado. O curioso é que Percy e Annabeth ficaram mais surpresos ao ver a Hidra do que quando souberam que o verdadeiro ladrão da história era Luke.

Onde foi parar Thalia? Não, eu não estou falando daquela cantora mexicana; estou falando do pinheiro da montanha próxima ao Acampamento-Meio-Sangue. Aí já dá para perceber que se houver uma continuação, vão explicar toda a história de Thalia em O Mar de Monstros, naquela coisa espremida, forçada, para explicar tudo de uma vez ao espectador que não leu o livro.

ZEC EFRON? NÃO, É LOGAN LERMAN!

Daí, podem me perguntar: foi tão ruim assim? O filme não teve nenhum ponto positivo? Aí eu posso responder: não seja por isso, teve um grande ponto positivo; o Logan Lerman é LINDO simpático , pra quem gostou dele em Efeito Borboleta, vai gostar dele em Percy Jackson também. Pierce Brosnam fugiu do clichê de seus personagens, Quíron deve ter sido uma experiência interessante para o ator. A propósito, o Logan é a cara do Troy, ou melhor, do Zac Efron. É como diz Grover (no filme): É High School Musical, sem o Musical.

Foi um filme muito corrido, desesperado para conquistar o público, criar um fandom fiel. É uma boa história, pena ter sido feita uma releitura para o cinema. Jamais terá potencial para substituir Harry Potter.

Bom pra se divertir.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bilhete

Por @ Ligiane em sexta-feira, fevereiro 05, 2010 1 comentários alheios
Leia ouvindo:

O relógio da mesa de cabeceira marcava sete horas, ela puxou as cobertas até o pescoço e se encolheu na forma de um Z. A névoa da manhã estava fria e a réstia de sol que despertava por entre a janela entreaberta construía um contraste aconchegante entre frio e quente; uma mistura convidativa a se ficar mais umas horinhas sob as cobertas.

Fechou os olhos com força, porque o que ela queria, de verdade, naquele momento, era que aqueles sonhos impossíveis, mas envolventes, retornassem com a força da rebentação de uma onda. Estava tentada a esconder-se de si mesma atrás daquilo que a sua mente criava com perfeição enquanto dormia. Talvez nos sonhos ela pudesse fazer o contrário do que ela realmente era, ter o que ela não tinha, amar sem ser condenada, compartilhar segredos com alguém sem correr o risco de ser traída, ter experiências malucas e o melhor de tudo é que ninguém iria saber, porque o sonho é um mundo criado por aquele que o tem, uma atmosfera particular, que guarda os medos, os desejos e os sentimentos de alguém; o lado mais surreal e significativo da mente humana.

Mas arrastar-se para um mesmo sonho é como querer reverter o passado, voltar o ponteiro do relógio e fingir que nada aconteceu. Na sensação frustrada daquele que não consegue mandar em seus próprios sonhos, ela levantou-se e foi em direção a janela. Lá fora, o céu se mostrava em um azul celeste com o balé do movimento lento das nuvens, formando figuras disformes no infinito; o sol já brilhava com força refletindo seus cabelos castanhos num tom avermelhado, as calçadas estavam cobertas por um tapete feito de folhas que despiram as árvores no balanço do vento de outono. Puxou as cortinas até o canto das paredes e abriu a janela até mais onde não podia.

Logo ali, ao lado da cozinha onde ela se direcionara para pegar uma xícara de cappuccino, a sala conservava os vestígios de um encontro entre amigos do dia anterior. Três garrafas de champanha e cinco taças estavam pousadas sobre a mesa de centro, alguns DVDs de clássicos do cinema permaneciam espalhados pelo chão perto da televisão, cobertores amarrotados pelo sofá e uma caixa redonda que deixara vazar algumas fotos pelo tapete decorado.

Recostando-se na estante da sala, ela olhara para aquela desorganização boa. Boa no sentido de que guarda a união de cinco grandes amigos. A noite passada fora especial; um encontro para reunir os cinco inseparáveis da época do primeiro ano da faculdade. Tempos em que estavam transitando para uma nova fase de suas vidas, começando a crescer. Agora eram cinco adultos cheios de responsabilidades, que se encontravam para dividir suas experiências, suas aventuras.

Segurando a xícara com as duas mãos, ela fora se embrenhar nos cobertores embolados sobre o sofá, quando avistou dentre as fotografias caídas da caixa, uma em especial. Ficou ali, parada, olhando a foto por alguns segundos antes de reclinar-se para pega-lá.

Na foto amarelada pelo tempo, uma garota de cabelos castanhos, até aos ombros, olhar doce e vestida de um cashmere de tricô rosa, abraçava um jovem alto, bonito, de olhos verdes, elegantemente vestido de pulôver preto. E ela continuava ali, olhando a foto, com um meio sorriso estampado no rosto.

Um amor de colegial retratado em uma foto tirada casualmente, num daqueles invernos em que costumavam se encontrar embaixo de uma árvore no alto do morro, onde tinham uma vista perfeita das luzes da cidade.

Pousou a xícara sobre a mesa de centro ao lado das taças sujas de champanha, ajeitou os cabelos, e começou a revirar aquela caixa, que mais era um reservatório de nostalgia. Seus dedos tocaram em algo que parecia um clipe; era uma foto presa a um bilhete. Nela, algo que parecia ser continuação da fotografia que ela encontrara no chão. Os dois jovens riam sob os respingos do chafariz da praça central da cidade. Uma noite perfeita de inverno molhada pelas gotas geladas do chafariz. Arrancou o clipe que prendia o bilhete à foto e desdobrou aquele pequeno papel amassado e desbotado pelos anos.

Em uma caligrafia cuidadosamente floreada, as palavras diziam:

Eu não queria que as coisas terminassem assim, ou melhor, eu nem bem ao certo sei por quê elas terminaram, você não me deu um motivo plausível.
Olha, é o terceiro bilhete que eu lhe escrevo. Os outros dois estão aqui, amassados, rabiscados, porque eu não sabia como lidar com as palavras, assim como você não soube lidar com meus sentimentos; você simplesmente os amassou, riscou e mandou-os para o lixo.
Aqui vai uma foto, prova que um dia eu fui feliz com você. Eu poderia ter tido mais coragem, indo falar diretamente contigo. Eu sei. Mas sinto-me mais forte escrevendo, o papel não leva as lágrimas que derramo agora, você não precisa me ver chorar.
Aproveitei quando você deixou seu caderno sozinho sobre a mesa durante o intervalo das aulas e coloquei este bilhete dentro dele. Não se preocupe ninguém viu e, por favor, ao menos o leia e reflita. Agora é sua vez de pensar, porque eu já estou cansado de pensar em você.

Uma lágrima começou a escorrer-lhe pelo rosto enquanto ela passava seus olhos sobre aquelas palavras. Ter a capacidade de ser absorvida pelo mesmo sonho ela queria, mas não pelo passado. Afastou as cobertas, secou as lágrimas, amassou o bilhete com uma das mãos e rasgou a foto no meio. A culpa não era dele, eles se separaram por motivos dela, somente dela.

Deitou-se no sofá e fechou os olhos, absorta em seus pensamentos.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Leitura de férias

Por @ Ligiane em sábado, janeiro 30, 2010 1 comentários alheios
Da minha lista de 10 estratégias para se ter férias não tediosas, cumpri três, dentre elas ler todos os livros que eu não pude ler durante o período de aulas; então agora posso dizer o que achei de cada um deles e apontá-los como dica para as suas próximas leituras.

O Ladrão de Raios, da série Percy Jackson, foi o livro que abriu minha temporada de férias. E tudo o que tenho a dizer sobre esta obra, é que simplesmente adorei. É aquele tipo de livro que nos prende com facilidade, com uma linguagem mais próxima do simples e uma boa dose de aventura.
Como toda literatura que pende para o lado da fantasia, não tem como não se apaixonar. Esse é meu estilo literário favorito; é o que mais chama a atenção para o imaginário, daí você fica pensando: nossa, imagina tudo isso no filme!
Como toda boa série, tem uma continuação. Pretendo com certeza ler os outros três livros. Esse primeiro volume me deixou com um gostinho de quero mais; se não fosse os segredos a serem revelados, diria que poderia terminar nesse volume; e o mais legal de tudo é que é difícil, quase impossível, dizer que tal capítulo foi monótono, pois cada um deles guarda um acontecimento de tirar o fôlego.

Sempre tive a curiosidade de ler A Menina Que Roubava Livros, desde que o vi na lista dos mais vendidos da revista Veja. De uma escala de 0 a 10, eu daria nota 8,5. Explico: O início do livro é, confesso, chatinho; conta toda a tragetória de Lisel, a personagem principal e todo seu sofrimento durante a Alemanha nazista.
A história começa a alavancar depois de 100 páginas lidas, mais precisamente depois que Max Vandenburg adentra aos acontecimentos.
Algumas frases contém palavras de origem alemã (Saumensch), nas quais travam a leitura de quem a faz; o que é bem comum em livros que tratam de fatos relevantes de países diferentes do nosso.
É uma obra linda, emocionante, mais voltada para o drama. Embora seus lados negativos, eu gostei do livro e não me arrependo de tê-lo lido e super recomendo a todos que adoram conhecer o passado de nações estrangeiras sem precisar recorrer ao livro didático.

O Caçador de Pipas eu comprei por apego ao título. Bom, por vias de fato a primeira impressão que tive é que era uma historinha boba de garotos que empinavam pipas. Mas nunca julgue um livro pelo título.
Muito pelo contrário do que eu pensava, o enredo traz a história de dois garotos selados por uma grande amizade e por um grande segredo.
Por essa obra pude conhecer um pouco da cultura afegã e o poder das classes socias. Num país marcado pela guerra e dominado pelo Talibã, podemos acompanhar a trajetória da vida de Hassan e Amir, dois garotos diferentes por suas classes, mas não por seus genes.
Como toda história que envolve amizade, há muitos pontos previsíveis, mas nada que afete seu status de best-seller.
Uma leitura que nos aborda para pensar se nossas amizades realmente são verdadeiras ou se guardamos um caráter covarde capaz de abdicar um amigo pelos nossos próprios medos.

Você já deve, ou não, ter ouvido falar na série de canal fechado Gossip Girl, originada a partir dos 12 livros de Cecily Von Ziegezar.
Eu dei uma chance a série de livros e li o primeiro volume: Gossip Girl, as delícias da fofoca e tudo o que tenho a dizer é que simplesmente é melhor que a série; há pontos diferentes tanto nos personagens quanto na história.
É mais uma literatura adolescente, cheia de personagens problemáticos, ricos, da hight society e etc. etc.
Faz bastante sucesso nos Estados Unidos, é quase a vida do povoado teen daquele país. A série é cultuada por eles e nem vejo tanto motivo para isso; ou será porque as garotas se identificam com as histórias das garotas da Upper East Side? Bom, seja lá o que for, a única coisa que me prendeu a história, foi a curiosidade de descobrir a tal Gossip Girl, ou como diria a tradução para o português pobre: A Garota do Blog; e creio que terei de ler os 12 livros para descobrir, ou não.
Essa Gossip Girl não pode ser humana, ela detalha toda a vida dos personagens, coisas que só sendo invisível pra saber.
E que os blogs não virem modinha depois dessa história.

Acho os irmãos Baudelaire tão... lerdinhos; apesar disso é uma das minhas séries de livros preferidas.
Desventuras em Série, como o nome já diz, é uma série de treze livros, que conta a história de três irmãos órfãos, mais conhecidos como Baudelaire.
O primeiro volume, no qual foi o que tive a oportunidade de ler, teve adaptação para o cinema; difícil quem ainda não viu. O filme deixa a desejar, seria perfeito se tivesse sido dirigido por Tim Burton. A excentricidade dele faz falta em filmes do gênero.
É extranho ler o livro depois de ver o filme, o bom é que a indgnação pela falta de detalhes importantes é menos.
Recomendo a todos que gostam de acompanhar e sofrer com os personagens do início até o fim.

Fim Medonho, o primeiro livro da trilogia Eddie Dickens é totalmente estranho; e eu gosto disso. Quer uma história bizarra, aí está ela, leia a trilogia de Eddie Dickens.
Fica até difícil de explicar o enredo, porque para se ter uma ideia concreta da insanidade dos personagens, é só lendo.
Cheguei a ler parágrafos mais de uma vez para tentar entender se era aquilo mesmo que eu tinha lido; não é difícil ficar doido junto com os personagens.
Pobre Eddie Dickens, o protagonista da história.
Uma obra britânica, bem do jeito que eu gosto. Daria um filme interessante; outro prato cheio para Tim Burton. (Sim, eu sou fã do Burton)

A Cabana, outro best-seller do momento, é um livro especial.
Mackie, após a morte de sua filha, perde sua fé em Deus e após receber um bilhete misterioso, sua vida muda por completo.
Pensei que fosse um livro pra tentar converter adolescentes, muito pelo contrário; é uma história contada de uma forma simples, gostosa de se ler e feita especialmente pra quem tem fé.






Fica a Dica.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Minha escuridão

Por @ Ligiane em quarta-feira, janeiro 13, 2010 0 comentários alheios
Roubarei as rosas negras de meu jardim
para ser presa atrás das grades
de minhas próprias loucuras.
Romperei as fronteiras do meu submundo
para invadir a minha escuridão.
Mergulharei em minhas lágrimas amargas
e levarei a alma dele intercalada junto a minha.
Sentirei o mórbido acalanto,
a brisa fria,
a delicadeza da pele.
Jogarei ao mar as gotas de sangue
que lacrimejam meus olhos
assim como aquele que chora em silêncio.
Despertarei meus piores medos contra mim
em meio aos ventos que uivam contra a coragem
que morre no meu eu interior.
Transformarei minhas dores em colinas e dunas no deserto
de minhas miragens.
As amarras do ódio me tomarão de punhos cerrados
fazendo-me debater contra minha própria violência.
A noite será mais escura e o dia será treva.
Acima daquelas nuvens turvas
sempre terá um céu escuro.
A minha escuridão.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Peraí, acho que já li isso em algum lugar. (parte 1)

Por @ Ligiane em domingo, janeiro 10, 2010 1 comentários alheios

Como promessa é dívida, trago a vocês o post mais esperado por mim mesma. É isso mesmo que você leu, por mim mesma. Sabe o que é ler um livro, fazer anotações, tirar conclusões e formar ideias sem poder postá-las, sem ainda poder compartilhar com os outros? Não, acho que você não imagina; isso faz parte da minha excentricidade por livros. Pois é, mas agora é chegada a hora em que trarei a frente dois grandes best-sellers infanto-juvenis: Harry Potter e Percy Jackson e os Olimpianos.
Mas antes que vocês, fãs de uma ou outra dessas sagas, coloquem minha cabeça a prêmio num prato de prata, eu deixo bem claro que, se as semelhanças entre as duas obras não tivesse falado mais alto do que a minha vã consciência, eu jamais estaria postando sobre esse assunto. Sou fã de Harry Potter e aprendi a gostar de Percy Jackson desde que li o primeiro capítulo do primeiro volume (O Ladrão de Raios), mas agora serei imparcial e colocarei as equiparações em jogo.

E atenção, essa postagem contém spoilers e como, por enquanto, tive a oportunidade de ler apenas o primeiro livro da saga Percy Jackson, vou levar apenas esse volume em consideração.

FIGHT!

1) Em Percy Jackson e O Ladrão de Raios, o garoto principal, Perceu, preferivelmente chamado de Percy, descobre que é um semi-deus e que possui grandes poderes relacionados a água. Percy, tinha seus 12 anos, possuindo seu sarcasmo único e bem-humorado. Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, primeiro volume da saga, Harry tem a notícia de que é um bruxo, o garoto até então tinha 11 anos.

Veredicto: Se tratando de simpatia do protagonista e iniciativa em relação aos acontecimentos, dois pontos para Percy Jackson.

2) A primeira aventura de Percy aconteceu em um museu, o garoto destruiu a prof. Dodds, que, na verdade se tratava de uma Fúria feita gente. Harry teve seu primeiro contato com magia num zoológico, conversando com cobras e, por incrível que pareça, também destruiu o seu, até então, professor de Defesa Contra As Artes das Trevas, que na verdade estava sendo usado pelo vilão Voldemort. Deu pra sacar as semelhanças até aqui? Os dois destruiram professores... , pescou a ideia?

Veredicto: dois pontos para Harry Potter, J.K. segura o segredo do Quirell até o fim, botamos a culpa até no Snape.

3) Semi-deuses, são aqueles que são filhos de um ser humano e de um deus, Percy é um deles. Mestiços são os filhos de bruxos e trouxas, caso do Harry. Aqui o Rick Riordan pegou pesado, bem igual não acham?

Veredicto: bem mais difícil ser filho de um bruxo com uma pessoa normal, do que de um deus com um humano. Bruxos têm certo preconceito com trouxas. Mas saber que você é filho de Poseidon também causa um impacto imenso. Um ponto para Harry Potter e um para Percy Jackson.


4) Na saga de Rowling, Trouxas é a denominação dada às pessoas que não possuem nenhum dote mágico, ou seja, que não são bruxos. Na saga de Riordan, pessoas que não são deuses são simplesmente chamados de seres humanos. Obseve que nas duas sagas há a ênfase aos que não sabem que existe um submundo bem diferente do que são acostumados.

Veredicto: dois pontos para Harry Potter, a denominação "Trouxas" foi de bastante criatividade por parte da J.K..

5) Percy sofreu, junto com sua mãe, nas garras de seu padrasto Gabe, um mero ser humano. Isso te lembra alguma coisa? Sempre têm um para atrapalhar o heroi, assim como em Harry Potter, onde Harry vivia maltratado por seus tios trouxas.

Veredicto: três pontos para Percy Jackson, no quesito vilão coadjuvante, porque pior que ser deixado em baixo de uma escada, sem comer e tratado como um verme, é ver a mãe apanhando de um cara.

6) Todo mundo sabe que todas as crianças bruxas de Harry Potter, com 11 anos ingressam na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, onde são selecionados para uma das quatro casas conforme suas personalidades (Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal); e que cada uma dessas casas possui um antigo fundador e um mascote. Em Percy Jackson também não tem muita diferença. Ao saber que são semi- deuses, os garotos e garotas são enviados ao Acampamento Meio-Sangue, onde são divididos em chalés, conforme seus progenitores. Cada chalé possui um dono, um deus. Fala sério, né, há muita semelhança nisso aí.

Veredicto: quatro pontos para Harry Potter, a ideia foi da J.K.. E convenhamos que Hogwarts dá de mil a zero no Acampamento Meio-Sangue, apesar de os deuses de Percy Jackson serem muito mais velhos que os próprios fundadores de Hogwarts.

7) O Acampamento-Meio Sangue é um lugar, convenhamos, seguro para todos os alunos, já que suas fronteiras foram fechadas contra a entrada de mortais e montros. Isso te lembra alguma coisa? Acho que sim. Em Harry Potter, Hogwarts possui uma proteção em volta de todo o território do castelo, contra qualquer ameaça vinda de fora, como Dementadores ou Comensais da Morte.

Veredicto: o feitiço conjurado por Dumbledore é mais forte do que qualquer proteção criada pelo corpo docente do Acampamento Meio-Sangue. Fato. Cinco pontos para Harry Potter.

8) Quíron, o bonzinho na vida de Percy, o conselheiro, o cara mais velho que ajuda o protagonista em tudo, que gosta de jogar uns enigmas, cheio de segredos. Um Dumbledore, versão centauro.

Veredicto: dois pontos para Harry Potter. Dumbleodore é muito mais sábio, experiente e morreu guardando muito mais segredos do que nós leitores imaginamos.

9) Toda história tem seu vilãozinho, para atentar a vida do heroi. Clarisse atormentou a vida de Percy enquanto o mesmo estava no acampamento, Draco Malfoy versão feminina.

Veredicto: um ponto para Harry Potter e um para Percy Jackson, pois tanto Clarisse, quanto Draco Malfoy, não passam de dois covardes.

10) Dracmas são as moedas do mundo dos deuses. Galeões, Cicles e Nuques são os dinheiros do mundo bruxo.

Veredicto: dois pontos para Harry Potter, pois J.K. criou até um banco chamado Gringotes.

11) Olhem só, Percy herdou do pai a caneta que vira espada, chamada de Contracorrente, Harry herdou a Capa da Invisibilidade. É, o Riordan tentou.

Veredicto: 5 pontos sossegados para Harry Potter. Entre uma caneta e uma capa que te deixa invisível, é óbvio que fico com a segunda opção, além do que, a herança deixada a Harry, é uma das Relíquias da Morte.

12) Todo mundo está cansado de saber o porque de o Harry não ter morrido ao Avada Kedavra conjurado por Voldemort; a proteção de sua mãe Lílian guardou Harry da morte, o amor de mãe que ela o passou, o salvou. Olha a ironia da coincidência: a mãe de Percy também o protegera, sabe como? Casando-se com o odiável Gabe, pois assim o cheiro mortal, de ser humano que provinha dele, camuflava o próprio Percy, assim ele estaria provavelmente seguro de qualquer ameaça ou rastreamento vindo do Mundo Inferior ou das criaturas do mal.

Veredicto: a mãe do Harry morreu por ele, quer mais que isso? Cinco pontos para Harry Potter

13) O que dizer do Dr. D? O cara é o Snape na história errada, meus caros. O personagem tem seu ar repugnate, assim como nosso querido Severo Snape. Dr. D adora desfazer de Percy, até soltou a seguinte frase: "Nossa pequena celebridade". Gente, é sério, exatamente o que o Snape diz a Harry em sua primeira aula de poções: "Harry Potter, nossa nova celebridade!". Incrível né?

Veredicto: eu sou Team Snape, ele é O Cara, nos enganou direitinho com seu suposto caráter malígno. Sem comparação, inigualável. Três pontos para Harry Potter.

14) Percy Jackson, apesar de uma história cem por cento mitológica, se passa em uma América moderna, onde as pessoas curtem Hilary Duff, jogam The Sims, andam de elevador e comem na Mc Donalds. Harry Potter também tem seus fortes pontos mitológicos, inclusive no nome de alguns personagens e criaturas surreais, mas em nenhum momento se utilizam da tecnologia. Em Hogwarts, nem existe essas coisas modernas.

Veredcito: três pontos para Percy Jackson, apesar da Mitologia ser algo relacionado a antiguidade, Rick Riordan conciliou de uma forma legal a modernidade dentro disso tudo. Realmente a mensagem de o mundo mortal estar sendo invadido por criaturas mitológicas foi bem passada.

15) Percy recuperou o raio mestre e de quebra um utencíliozinho de Hades. Em sua primeira aventura, Harry recuperou a Pedra Filosofal.

Veredicto: quatro pontos para Percy Jackson, o pobre do garoto de 12 anos foi parar no Inferno pra recuperar o raio que por fim... ok, seria spoiler de mais contar isso.

16) Hades, Voldemort...

Veredicto: Voldemort mata por diversão. Cinco pontos para Harry Potter no quesito vilão de todos os tempos.

17) Em Percy Jackson, não é aconselhável dizer o nome das Criaturas, que por fim são mencionadas por apelidos. Voldemort, ai de você se mencionar esse nome em Harry Potter.

Veredicto: dois pontos para Percy Jackson, pois na saga de Riordan, a menção do nome da coisa, aumenta o poder da própria coisa. (frase meio Hermione, só que na versão Percy Jackson).

18) Amigos, um ponto forte em toda obra infanto-juvenil. A mensagem de amizade, de um por todos e todos por um. Percy possui dois amigos: Annabeth e Grover, a garota, como sempre, inteligente e dedicada aos livros. Isso lembra algo. Hermione, Rony, os melhores amigos de Harry. O trio, é assim que nas duas obras os amigos são chamados.

Veredicto: dois pontos para Harry Potter, dois para Percy Jackson. Amizades são únicas, cada história ao seu modo.

19) Os livros da série Percy Jackson, no Brasil, são publicados pela editora Intrínseca, a mesma que publicou Crepúsculo. Já Harry Potter teve os direitos de publicação comprados pela editora Rocco.

Veredicto: cinco pontos para Percy Jackson, pois a Intrínseca é mais caprichosa que a Rocco. Os livros de Harry Potter não duram lindos por muito tempo.

Conclusão: A ressurreição da mitologia é trazida por essa história magnífica construída por Rick Riordan.
Um prato cheio aos amantes da fantasia. Este primeiro volume da série guarda grandes surpresas aos adoradores de sagas marcantes.
Nesse livro é difícil deixar um capítulo para depois, cada um deles guarda um clímax incrível, é aventura do começo ao fim.
Percy Jackson e Os Olimpianos me devolveu a magia da inserção que só uma obra conseguira me oferecer: Harry Potter. A comparação entre as duas sagas é inevitável, ora, nas duas o personagem principal carrega uma grande responsabilidade.
Em Percy Jackson (O Ladrão de Raios), tentamos descobrir junto com o protagonista o paradeiro do objeto principal a ser encontrado. Criaturas misteriosas invadem o nosso mundo real imaginário.
E não, Percy Jackson não supera Harry Potter. Rick Riordan criou uma história com pontos um tanto clichês, coisas que você lê e pensa: peraí, acho que já li isso em algum lugar. E que lugar seria esse? Os incríveis 7 livros de J.K. Rowling.


Resultado: 38 para HP X 21 para PJ

Percy Jackson, versão filme, será dirigido por Chris Columbus, o mesmo diretor dois dois primeiros filmes de Harry Potter.

E aí vai o grande erro, ou jogada de marketing do filme: Grover negro, Annabeth morena, Percy bem mais velho do que deveria ser. Um escudo aparece no trailer do primeiro filme, isso é detalhe só do segundo, adicionaram logo no primeiro. Bom, quanto as idades, isso sim, foi uma grande sacada da produção, pois colocaram logo Logan Lerman como Percy, tudo para chamar a atenção das adolescentes, já que um garotinho de 12 anos não faria tanto sucesso; até porque durante a leitura, fica até difícil traçar o perfil do personagem, tantos perigos e aventuras para um garoto de apenas 12 anos. Quem não se lembra de todos chamando Daniel Radcliffe apenas de fofo, enquanto ele fazia Harry Potter e a Pedra Filosofal? Lá ele só tinha onze anos, isso foi o que deixou a imagem do filme como sendo direcionado apenas a crianças, o que não é verdade. Ok, Chris Columbus, se é pra provocar a histeria das garotas, bote um garoto mais velho.

A partir de fevereiro Percy Jackson sai do anonimato e os posers ganharão outro motivo para viver.

Confira o Trailer de Percy Jackson, que tem data de estreia marcada para mês que vem.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Fluido

Por @ Ligiane em quarta-feira, janeiro 06, 2010 0 comentários alheios

Ele sempre gostara de escrever. Seus pulmões inspiravam palavras e expiravam frases.

Às vezes, deitado sobre o sofá, de pernas para o alto e olhos fechados, curtindo o ócio que uma vez por semana a vida lhe concedia, um fluxo de ideias lhe sobrevinha. Abria os olhos, sentia aquela vibe de criatividade momentânea surgindo. Sua mente adorava maquinar ideias, era como uma engrenagem movida a óleo, onde seus movimentos deslizam facilmente e não param até que seu operador determine.

Ia em direção a sua máquina de escrever, na qual fazia companhia ao lado de alguns papeis amassados, outros com frases pela metade ou rasgados pelo meio. Ali, ele deixava os dizeres fluirem através daquele papel em branco. Nem o tilintar das teclas quebravam o êxtase da criatividade, ora, textos inteiros surgiam perfeitos, sem ao menos exigir o máximo da mente daquele que os escrevia.

Mas às vezes um vácuo o tomava, felizes são aqueles que o vácuo nunca os pegou de surpresa ao final de um parágrafo. Ele parava, tomava um gole do café amargo, para espantar o sono que insistia em sua incoveniencia, tragava um cigarro - sempre havia um pousado sobre o cinzeiro - e soltava uma longa fumaça que formava uma cortina que movia-se lentamente em direção a janela que mantinha uma fresta, destinada aos raios de sol que iluminavam o ambiente. Onde fora parar o fluxo de ideias? Ora, tudo que começa tem um fim; e pensava novamente, quando de repente uma palavra pairava no ar, dessa palavra, nascia outra que se enlaçava a primeira; disso saia uma frase, dessa frase um parágrafo, uma história, um meio, um desfecho, um lindo final, um estranho final, um quastionável final.

Terminava, arracancava a folha da máquina, lia-o com cuidado, como um pai que observa seu filho recém nascido. Voltava a seu ócio, missão cumprida, longe da angústia derradeira daquele que sofre por não deixar transbordar suas ideias no papel.