Is this the real life? .-.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Inércia

Por @ Ligiane em quinta-feira, dezembro 10, 2009 1 comentários alheios
Canvas era a música que me acompanhava por aquele caminho. Liguei o som a um volume agradável; dirigia solitariamente sob uma lua parcialmente encoberta pelas névoas que esbranquiçavam as coníferas que circundavam aquele caminho.

Deixei-me levar pelo som, podia eu até distinguir os acordes diferentes, a harmonia da sintonia, as vibrações inteligentes que beneficiavam minha existência; minha alma insistia em acompanhar o ritmo envolvente do conjunto de notas que compassavam a música perfeita. Era como um drogado se satisfazendo do seu mais repugnante ópio. O êxtase momentâneo me tomara, meus olhos adormeceram.

Por um momento, um ensurdecedor estampido ivadira meus ouvidos, senti uma fincada bruta que atravessara meu cérebro, meus sentidos desapareceram, senti uma inércia vinda de meu corpo. Uma força me obrigara a permanecer imóvel, um líquido quente e estranho entrava em contato com minha pele sensibilizada pelo choque que me delirara. Permaneci conforme meu todo implorava.

A luz cortante do sol quebrara a escuridão dos meus olhos. Senti uma força maior me puxando, minhas vistas não deixavam-me ver nada mais que borrões coloridos e frenéticos que me rodeavam e balbuciavam palavras longe da capacidade de minha mente trabalhar o significado.

Só sei que nada sei. Foram sucessões de acontecimentos ilegíveis, pude ver as árvores aparecendo e desaparecendo de forma rápida por entre... as janelas de um carro em movimento? Sim, fora uma das únicas coisas que distingui. Era um tipo de carro grande, que se movia em alta velocidade, seu interior era reconfortante, inexplicavelmente diminuía a dor cortante que atravessara minha cabeça, devido a estranha forma imobilizada que meu corpo permanecia.


O clarão deixara meus olhos, um entorpecimento se acomodara em meu ser. Senti impulsos descontrolados e uma energia estranha vinda de um choque profundo no lado esquerdo de meu peito. Era um lugar estranho, onde vultos brancos se movimentavam freneticamente; por um momento pensei estar sonhando com anjos, mas minha avó sempre me dizia que em sonhos não sentimos dor, o nosso psicológico cria situações em que temos medo de enfrentar.

O pouco que meus olhos abriram, permitiu com que me deparasse com uma alta janela que servia de palco para o espetáculo incrível dos cristais de gelo das coníferas sendo derretidos pelos raios solares; e transformados em pequenas gotículas de água que chuviscavam os pássaros que por ali sobrevoavam.

Um zumbido indefinido invadira meus ouvidos, o meu eu tornara-se novamente inerte, o ar que percorria meus pulmões fora extraviado, uma retenção por entre minhas vias me tomara, uma dor na extremidade esquerda de meu peito corroia-me de tal forma que nunca dantes sentira em toda minha vida. Minha alma desfalecia, meu corpo fora despojado de calor, mas não sentia frio, todos os sentidos adormeceram, as luzes desapareciam gradativamente. Não, eu queria continuar a olhar aquelas árvores, aquele espetáculo da natureza que me privilegiava, mas cada imagem se esvanecia, não podia relutar, não era fraqueza, era uma inércia que me confrontava, já não sentia mais dor, nem qualquer tipo de sentimento.

Meus olhos tornaram-se em trevas.


Canvas, a música citada logo no início da crônica, é um dos melhores singles da cantora Imogen Heap. Experimente ler Inércia, ouvindo-a e verá porque tanto me inspirou em escrever esse texto.




terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tempo

Por @ Ligiane em terça-feira, dezembro 01, 2009 1 comentários alheios
Tempo que rege meu espaço,
conduz meu destino,
num tênue compasso,
sob um verossímil desatino

Tempo que foi meu remédio
contra o amor incompreendido,
horas de tédio
e coração ferido

Tempo que apagou minhas mágoas,
o passado justificou,
secou minhas lágrimas
e a saudade intensificou

Tempo é a coisa louca que me sustém,
é a prisão do meu ser,
algo que vai e nunca vem,
que não posso deter

Tempo que corre
e me destroi.
Tempo que morre
e minha vida corroi

Oh, Tempo! Deixe-me a sós.
Isso não se faz.
Devaneio sua voz.
Liberta-me em paz

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um enredo turbulento

Por @ Ligiane em sexta-feira, novembro 20, 2009 0 comentários alheios
Ler três livros ao mesmo tempo eu não recomendo, mas esse é o meu maior vício. E por isso, trago à vocês mais uma dica de leitura; só que dessa vez, um livro que carrega uma essência um tanto ousada.

Cecily von Ziegesar trouxe ao mundo a sequencia de livros "Gossip Girl", na qual seus 12 volumes deram origem a série mais cultuada entre os adolescentes americanos. É a trajetória de jovens ricos contada em algumas páginas na voz de uma narradora anônima que prefere não se identificar, porque publica em seu blog os mais sigilosos relatos sobre seus amigos da alta-sociedade.

Pode até parecer mais uma daquelas histórias "enlatadas" que tanto fazem sucesso no continente americano, ou mais um "tsunami" de "modinha" entre os adolescentes; enfim, aspectos que o enredo turbulento faz uma contradição a quaisquer expectativas negativas, com um desfecho nem um pouco convencional.

O que mais me admira na autora, é a autonomia com que ela se usou das palavras. Para os mais recatados pode até se tornar assustador, mas, como primeira impressão, tal reação é de se esperar. Uma história contada de forma totalmete desinibida, a caráter de seu público alvo.

Jovens ricos que se livram de qualquer regra de etiqueta quando estão longe de seus pais egocêntricos. A rotina dentro de um colégio onde nem os uniformes descartam a elegância de suas alunas. Uma vida constituída de muito glamour, dinheiro, sexo, drogas, bebidas, amizades, traições. É a realidade escondida de uma classe social que até então é alvo dos holofotes. Uma atmosfera construída por fofocas alheias, algo que não deixa de retratar a realidade.

Um exemplo disso, em relação ao primeiro volume da série, é a chegada de Serena, a garota mais invejada e desejada entre os demais. A mesma foi a maior vítima dos comentários maldosos feitos pelas outras meninas da escola, devido a sua volta repentina de um colégio interno. Isso representa o que é comum no cotidiano de adolescentes: uma garota, quando sente seu território ameaçado por outra garota, logo trata de defender seu espaço, nem que para isso tenha que partir para a ofensa.

Amizade é algo que se abala facilmente durante toda a trama do primeiro volume, pois Blair, até então melhor amiga de Serena, descobre que a mesma já se envolveu com seu namorado Nate, no qual ainda guarda uma atração por Serena. Blair, fragilizada pela separação dos pais, se vê distanciada da amiga.

A vida turbulenta desses jovens problemáticos, é exposta de uma forma ímpar; Cecily von Ziegesar é mestra no quesito conflitos internos.

Estou no primeiro volume, intitulado por Gossip Girl (As Delícias da Fofoca) e pretendo partir para os próximos. Logo ali no lado esquerdo, mais precisamente na sidebar, colocarei os livros que estou lendo e os que terminei de ler; e sempre que a leitura valer a pena, estarei a colocando como dica, ok?

Bom, na verdade a leitura é sempre algo que se merece investir. Uma amiga me perguntou qual a melhor coisa a se fazer para se esquecer uma pessoa; aí eu disse: pegue um livro e leia, não existe nada melhor.

E quer catalogar todos os livros que já leu ou que pretende ler? Cadastre-se no Skoob.

sábado, 14 de novembro de 2009

701

Por @ Ligiane em sábado, novembro 14, 2009 1 comentários alheios
Naquele dia vi meus planos de férias de verão irem por água abaixo junto com o show do The Furious.

The Furious era a banda do momento, não havia nenhum indivíduo da escola que não soubesse pelo menos uma música dos caras. Eu tinha os treze cds deles e mais alguns pôsters que eu ganhei no ano passado de brinde, por ser o primeiro a chegar para comprar os ingressos do primeiro show que eles fizeram aqui na minha cidade. Colei-os todos nas paredes do meu quarto, até que um dia minha mãe ameaçou de jogá-los fora, depois que minha avó foi parar no hospital ao ver o pôster mais style que eu preguei atrás da porta. Bom, eu avisei que não era bom ela entrar lá...

Mas nada poderia resolver meus problemas, ou eu escrevia uma redação para recuperar minha nota, ou ficava de recuperação as férias inteiras, inclusive na sexta-feira que eu não poderia perder. Passei dois dias tentando descobrir qual a diferença entre narração e poesia, até entender o porquê que a professora não me deixara fazer a segunda opção; iria ser bem mais fácil, eu até poderia pegar algumas rimas das melhores músicas do The Furious, tipo aquela que tem um refrão incrível rimando morte com sorte. Achei que a professoria iria gostar.

Depois de descobrir o que seria uma narração, vi que, se a humanidade dependesse da minha criatividade, nós seríamos seres em extinção. Busquei ideias em tudo quanto é coisa, até consultei o site oficial do The Furious, algo que me ajudara bastante, pois peguei, digamos emprestado, o nome dos integrantes da banda para batizar meus personagens.

Mas como eu iria começar a escrever? Bom, 'Era uma vez' seria um bom início de texto; afinal, até 'A Branca de Neve' fez sucesso começando assim. Terminei o primeiro parágrafo de uma linha. Eu deveria entrar para o Livro dos Recordes, geralmente sou obrigado a ler textos em que o parágrafo é quase metade da folha.

Senti minhas ideias travarem a partir da terceira palavra do terceiro parágro, tudo culpa da visinha insolente do andar de cima. Morar em apartamento era uma boa, mas quando se tratava de redação, tudo se tornava um grande problema. Tá certo que eu mantinha guardado dentro de mim meu preconceito contra o pop, afinal de contas toda garota gostava desse gênero podre e eu não poderia me afastar delas por esse motivo. Mas a visinha do 701 passou de todos os limites, derrubando a miniatura de Woodstock de cima do meu guarda-roupa com aquele som horrível ligado no último. Até aí eu não estava decidido a me levantar e ir bater na porta dela, até que ela resolvera mostrar seus dotes de cantora, que por sinal não existiam. Sim, eram minhas férias e meu show de sexta-feira que estavam em jogo.

Fui até meu amontoado de cds e peguei aquela versão ao vivo, em que o The Furious quebra a guitarra no meio do palco. Aumentei no último. Como era bom ter alguns momentos a sós, em casa. Não durou nem três minutos, ela deu-se por vencida e desligou o rádio. Voltei aos meus afazeres.

Naquele momento eu já havia perdido pra sempre o fio da meada e quando eu novamente estava o encontrando, me imaginei destruindo todos os sapatos de salto do mundo. Era incrível como a visinha não sabia o que era ética (tá, eu também não sabia direito o que era, mas sabia que meu pai sempre usava essa palavra naqueles seus monólogos), dessa vez ela devia ter montado uma passarela em pleno quarto, aqueles tocs tocs de passos em salto invadira minha mente para expulsar de vez qualquer vestígio de raciocínio; mas não fui nem um pouco longânimo: frequentei apenas três aulas de baixo, nunca tive paciência com partituras, então, resolvi mostrar a ela meus dotes na música. O barulho ensurdecedor dos acordes resolveu meus problemas. Finalmente terminara minha redação e a ansiedade era a entrega.

Jamais poderia imaginar que professores também possuiam um lado Rock In Roll, nota máxima na redação fora uma consequência disso.

A sexta-feira seria um dos dias mais especiais da minha vida, então resolvi descançar para aguentar o show que me esperava logo mais a noite. Programei o relógio para despertar às seis, tempo de me arrumar e ligar para os amigos, antes de reservar o melhor lugar, de preferência o mais perto possível do The Furious. Eu estava tão ansioso, que nem a visinha do 701 poderia estragar meu dia, até que a mesma acionou aquele som intragável novamente e, dessa vez, não escutei meus roncos, nem o barulho do despertador.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição"

Por @ Ligiane em quarta-feira, novembro 04, 2009 3 comentários alheios
É tão triste ver as pessoas se limitando na literatura.

Aí você está conversando com aquela pessoa e pergunta: "Você gosta de ler?". Então ela lhe responde: "Claro! Adoro ler! Já li aquele do vampiro sabe... ai como é o nome mesmo? Se sabe... aquele que vai estreiar no cinema...". "Crepúsculo". "Isso, esse mesmo... ai, é lindo não é?".

Creio que você já deve ter se identificado com uma situação dessas, a pessoa se acha incrivelmente cult por ter lido apenas a saga de Stephenie Meyer. Nada contra a obra, mas, como dito inicialmente, as pessoas estão tendendo a se limitar na literatura, efeito causado pelas modas atuais que ultimamente integram-se até no mundo literário. É claro, que existem livros, best-sellers, que serviram como incentivo ou alavanca principal para a leitura de novas histórias; como é o caso da saga Harry Potter escrita pela britânica J.K. Rowling, onde milhões de crianças se viram encantadas em mais de 300 páginas. Fato que poucas obras conseguiram alcançar, pois dificilmente crianças se interessam por livros longos e sem ilustrações. Sim, porque no Brasil, por exemplo, onde Harry Potter têm uma grande leva de fãs infantis por todo o país, o livro não possui desenhos e o único colorido estampado em toda a obra, é apenas a capa. Mesmo assim, não deixa de estar entre o preferido das crianças e na cabeceira de muitos adultos.

Esses mesmos leitores da criação de Rowling, acabam buscando em outros livros do mesmo gênero de Harry Potter, uma aventura que se assemelhe ao do bruxinho, partindo para obras como O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia, A Bússola de Ouro ou até mesmo as de Stephen King; e sem perceberem, estão partindo para novos horizontes, não se limitando a uma única obra.

Tomando essa linha de pensamento, trago a você, leitor, uma dica muito especial: O Menino do Pijama Listrado, uma obra escrita pelo romancista irlandês John Boyne, onde retrata o nazismo de uma forma leve e diferente, de acordo com a inocência e inteligência de Bruno, filho de um comandante nazista. Bruno é alemão, vindo de Berlim para morar num lugar mais afastado, mais precisamente perto de um campo de concentração, onde faz um amigo judeu, Shmuel. Os dois, em realidades extremamentes diferentes, constroem uma amizade dividida por uma cerca.

Estou rumando às últimas páginas do livro e estou encantada desde seus primeiros capítulos. É uma obra que prende, que conquista, com suas palavras simples, seu toque especial. É aprender um pouco de história sem precisar se submeter ao método clichê dos livros didáticos.

"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição" - The Irish Independent.

O filme baseado na obra, dá vida a história - LINK DO TRAILER-. Mas lembre-se, nunca espere muito de uma adaptação.

Pra quem gosta, aí segue a dica.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Lembranças

Por @ Ligiane em segunda-feira, outubro 12, 2009 0 comentários alheios
Eu ainda tinha esperanças que o tempo pudesse regredir e que trouxesse de volta todos os insólitos momentos que vivi divinamente. Que fizesse-me viver o presente do passado, que me devolvesse a auspiciosidade e o entusiasmo ímpar com que sortia-me de meus dias.

Mas como isso ia contra todas as leis da natureza, passei a contentar-me com o que me resta, com o que tornei-me. Não, eu não me arrependo de nada que fiz na vida, costumo dizer que tudo que minhas mãos puderam tocar, que meus olhos puderam ver, foram coadjuvantes dessa passagem milimetricamente guiada e que na qual finalmente aproxima-se do fim. Digo finalmente, porque, para alguns assim como eu, é longo de mais o tempo em que se vive em um mundo onde você já não dispõe-se da jovialidade para se acompanhar a jornada inerente.

Tornei-me adulto precocemente, devido a necessidade que me pôs diante da dificuldade. Cresci observando meu pai mergulhado em suas mais inertes tristezas, a saudade que nasceu e fincou com raízes em seu peito quando minha mãe se foi. Esse, tenho para mim, foi o dia mais triste de sua vida, para mim também foi, mas costumava engolir meus sentimentos, por mais profundos que fossem. Costumo dizer que meu pai morreu de amor, minha companhia amenizava sua dor, mas os olhos azuis que herdei de minha mãe, pareciam reabrir aquele buraco que ele guardava dentro de si. Peguei-o várias vezes olhando-me com um sorriso estonteante; eu ficava feliz vendo-o sorrir daquela forma, ao passo em que também ficava triste, pois sabia que aquele sorriso era vazio.

Vi que minha infância realmente me deixara, quando fui presenciar os horrores da guerra. Naquele tempo, era honra representar sua pátria em uma batalha. Perdi amigos, companheiros de luta, mas desde pequeno, como dito anteriormente, aprendi a controlar meus sentimentos. Sofrer calado é corrosivo. Se eu não retornasse vivo, não faria diferença. Voltar àquela casa cheia de lembranças, sem meus pais me esperando no portão prontos para me descançar em seus calorosos abraços, dando graças a Deus por me verem são e salvo, era excruciante. Sim, preferi eu ter morrido na guerra, mas minhas vontades, são apenas minhas vontades.

O que me sobrou foram essas minhas lembranças. Alimento-me delas todos os dias e nunca as deixarei morrer enquanto minha vida ainda for permitida. Tento esquecer que o tempo corroeu-me e desperto a infância que jamais se apartará de mim.


"EM HOMENAGEM AO DIA DAS CRIANÇAS,
POIS TODOS GUARDAM UMA CRIANÇA DENTRO DE SI."

domingo, 27 de setembro de 2009

Férias em Londres, que tal?

Por @ Ligiane em domingo, setembro 27, 2009 2 comentários alheios
Ahhh, Londres. Quem não gostaria de conhecê-la?
Costumo dizer que meu coração é 50 % britânico. Não que eu desdenhe a minha pátria, até porque tenho orgulho de dizer que os outros 50% do meu coração são 100% brasileiro (rs).
Enquanto crianças sonhamos conhecer outros lugares do mundo e se abusar pegamos carona no primeiro foguete que passar com destino a Lua. E eu alimento esses sonhos malucos até depois de grande.

Um tour pela capital inglesa com direito a um passeio ao estádio do Manchester United e de quebra uma passadela em Oxford e afins, seria incrível! Que tal pegar uma carona num daqueles ônibus vermelhos de dois andares ou em um metrô de Kings Cross St. Pancras, com uma pausa a cinco horas para saborear um chá feito a partir das mais nobres ervas, acompanhado pelos mais variados sanduíches, bolos, doces e torradinhas.? Retratar o pôr -do-sol que se faz entre o Parlamento e o tão monumental Big-Ben, sucedido pelas luzes urbanas da noite.

Tomar os ares europeus e fazer bolas de neve nos invernos que tornam os lares ingleses mais aconchegantes. Dirigir na contra-mão (rs) seria ótimo. Conhecer a Brodway londrina, palco dos maiores musicais da história e as Universidades nas quais são berço da educação dos grandes filósofos e cientistas que já existiram. Uma arquitetura impagável que marca a passagem do medieval à contemporaneidade.

Ahhhh como o ser humano é uma pluralidade cultural! Mesmo sonhando algum dia botar meus pés em território estrangeiro, ainda assim prefiro este país que me cerca, que apesar de ser destituído de certa moralidade, abriga a população mais acolhedora do mundo, que não recebe seus turistas a ferro e fogo, que não te confunde com terrorista e que na qual possui as mais belas paisagens pitorescas, musas dos grandes compositores e poetas.

É uma coisa simples, especial...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Olhar Fixo

Por @ Ligiane em terça-feira, setembro 15, 2009 0 comentários alheios
Vinha eu caminhando a passos brandos sobre as calçadas das ruas paralelas da cidade, apenas carregando um surrado exemplar de "Hamlet", um antigo relógio de bolso e um velho chapéu preto sobre minha cabeça, no qual resguardava-me dos intensos raios de sol.

Quão bom era sentir a brisa tocando minha face! Parecia que o mundo havia decretado um dia somente meu, e que no qual eu deveria valer como se fosse o último... Se eu morresse ali, naquele momento, eu morreria feliz.

Enfiei o livro sob meu braço, meti as mãos em meus bolsos costurados e continuei a prosseguir lentamente por aquelas vias que ainda guardavam os vestígios da agitação do dia-a-dia intenso. Era mais um daqueles domingos fastidiosos.

Parei atentamente frente a frente a um imenso outdoor que trazia uma chamativa mulher de cabelos rubros, estrela da propaganda de cosméticos. Li cuidadosamente cada palavra nele escrito. Tinha o enfadonho hábito rotineiro de ali passar a caminho de meu trabalho, mas nunca, nunca dei-me a notar aquele imenso quadro publicitário estampado diariamente sobre as pessoas que por aquela mesma calçada passavam.

Virei-me a prosseguir, tropecei num buraco inconveniente e desequilibrei-me fazendo com que meu corpo se contorcesse de uma forma estranha. Recuperei o equlíbrio, ajeitei o chapéu que permaneceu a um triz de cair de sobre minha cabeça, mas meu "Hamlet" foi ao chão. Curvei-me, alcei o livro, limpei-o de qualquer sujeira relativa a queda e voltei-o sob meu braço direito balbuciando algumas palavras pejorativas aos responsáveis por deixar permanecer aquele empecilho em via pública.

Permaneci andando auspiciosamente, poderia eu até contar os ladrilhos do chão. Talvez a agitação de todos os dias fizeste-me cego quanto às coisas ao meu redor. Nunca dei-me ao prazer de reparar a quão bela e magnífica paisagem que a praça em frente ao Café guardava. Três grandes Ipês adornavam-a com suas lindas flores amarelas.

Sentei-me no banco à sombra, despi-me do chapéu descansando-o ao meu lado e pondo meu "Hamlet" sobre ele.

Por um momento pensei ter ouvido alguém pronunciar meu nome, mas naquelas ruas mortas, nada havia além de mim e... eu mesmo.
Peguei meu livro e tornei-me a ler o capítulo que deixei pela metade, talvez aquela fosse a parte que se revelassem os segredos das personagens principais. Senti minhas vistas se cansarem, então pousei o livro novamente, aprumei-me largadamente no banco e fechei meus olhos. Pude sentir o aroma intenso que aquelas flores exalavam.

Mergulhei num êxtase momentâneo. Houve uma longa pausa.
Repentinamente, como se uma força maior tivesse me puxado, despertei, meti os olhos no relógio, recolhi meu livro e chapéu colocando-o sobre minha cabeça e parti sob uma incrível luz do luar, acompanhada por uma indescritível constelação.

"As estrelas que brilhavam lá, não brilham em nenhum outro lugar".

domingo, 13 de setembro de 2009

Memórias Invisíveis. Memórias, são só memórias...

Por @ Ligiane em domingo, setembro 13, 2009 0 comentários alheios

Uau! Como sempre, mais um domingo monótono.
Ruído distante de crianças brincando, passos lentos de pessoas andando na rua, o canto irrepreensível dos pássaros, o barulho do vento movimentando as folhas, um sol escaldante lá fora, carros pra lá, carros pra cá e um silêncio mortal dentro de casa, quebrado apenas pelo tilintar do meu teclado.
Um dia perfeito para se descançar, se esticar numa cama bem atraente, mas quem dera. Quem consegue se sossegar quando há uma força maior te puxando pra escrever algo. Aposenta-se a caneta e o papel e adota-se as postagens. Depois de uma maratona caseira de deveres de casa, qualquer um é merecedor de descanço e não sei o porque, mas tenho essa vontade desvairada de escrever. É bom quando se na sua cabeça as ideias tranbordam.
Toda noite, antes de dormir, ou até em plenas madrugadas, minha mente não me deixa dormir, é sério! Já virou rotina nesses momentos minha cabeça despejar pensamentos, ideias ou soluções para os problemas de amanhã. Pode parecer estranho ou loucura da minha parte, mas esse devaneio de memória acontece sempre. Há vezes que vou dormir quase ao amanhecer, culpa do meu momento psique de todas as noites.
Ontem, um sábado não muito desprovido das características deste domingo, parei para criar um nome para este humilde blog. Bom, procurei no dicionário, pedi até uma ajudinha para Brás Cubas, com permissão de Machado de Assis é claro! Sim, oras, se ele deixou suas obras, não enterrando-as consigo, é porque permitiu que as consultássemos. Fui lá, vasculhei algumas páginas de sua obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", mas não encontrei nenhuma palavra ou expressão que fizesse juz ao meu interesse.
Até que uma luz clareou os meus pensamentos: tudo que acontece em nossa vida, passa a fazer parte da mesma. Uma simples pessoa desconhecida que lhe cumprimenta, você querendo ou não, já tem um espaço no seu diário. Então tudo que nos acontece, nos deixa uma pequena marca em nosso tocante: a memória. E é através dela que rimos ou choramos de tudo aquilo que a vida já nos proporcionou um dia, é um baú do passado.
Passado... essa palavra me lembra tudo aquilo que já foi, mas que permanece vivo dentro de cada um de nós. Quem não guarda dentro de si um pedacinho dos bons momentos? Aquilo se torna real pra quem sente, mas invisível pra quem está de fora e não participa.
Conclusão: "Memórias invisíveis", um nome perfeito para carregar a imagem deste blog, tudo que eu queria em apenas duas palavras.